"Na língua hebraica, as consoantes são o elemento chave de toda palavra; por isso, durante muitos séculos, os judeus acharam suficiente escrever só as consoantes do seu idioma. Na transcrição para o nosso alfabeto, o nome de Deus era escrito assim: JHWH (ou, para sermos mais exatos, HWHJ - pois o hebraico se escreve da direita para a esquerda). Estas quatro consoantes constituem o 'Tetragrama sagrado'.
Acontece que, por respeito, os judeus não pronunciavam este nome; quando ele aparecia em algum texto, e quando falavam, eles diziam ADONAI (= meu Senhor). Já na era cristã, um grupo de estudiosos judeus, os massoretas, começaram a assinalar também as vogais das palavras da Bíblia; viram-se então diante de uma alternativa embaraçosa: se escrevessem também as vogais do tetragrama sagrado, algum distraído poderia ser levado a pronunciar o nome de Deus; se, ao contrário, substituíssem JHWH por ADONAI, corromperiam o texto bíblico. Saíram-se do dilema com o seguinte estratagema: conservaram as consoantes JHWH, mas colocaram as vogais de ADONAI. Apareceu assim a forma híbrida JeHoWaH - com troca na primeira vogal porque, por lei fonética, o a brevíssimo de adonai (hatef patah), exigido pela gutural inicial, teria que mudar para o som de e brevíssimo (shevá). A pronúncia IAVÉ, documentada por diversas fontes extra-bíblicas, acabou se perdendo até tempos relativamente recentes. Hoje, em que pese ao Novo Dicionário do Aurélio, não há mais justificativa para ficar com a forma Jeová: o certo é a forma aportuguesada Javé". (Wolfgang Gruen, O Tempo que se Chama Hoje, p.55).
Carlos Augusto Vailatti
Acontece que, por respeito, os judeus não pronunciavam este nome; quando ele aparecia em algum texto, e quando falavam, eles diziam ADONAI (= meu Senhor). Já na era cristã, um grupo de estudiosos judeus, os massoretas, começaram a assinalar também as vogais das palavras da Bíblia; viram-se então diante de uma alternativa embaraçosa: se escrevessem também as vogais do tetragrama sagrado, algum distraído poderia ser levado a pronunciar o nome de Deus; se, ao contrário, substituíssem JHWH por ADONAI, corromperiam o texto bíblico. Saíram-se do dilema com o seguinte estratagema: conservaram as consoantes JHWH, mas colocaram as vogais de ADONAI. Apareceu assim a forma híbrida JeHoWaH - com troca na primeira vogal porque, por lei fonética, o a brevíssimo de adonai (hatef patah), exigido pela gutural inicial, teria que mudar para o som de e brevíssimo (shevá). A pronúncia IAVÉ, documentada por diversas fontes extra-bíblicas, acabou se perdendo até tempos relativamente recentes. Hoje, em que pese ao Novo Dicionário do Aurélio, não há mais justificativa para ficar com a forma Jeová: o certo é a forma aportuguesada Javé". (Wolfgang Gruen, O Tempo que se Chama Hoje, p.55).
Carlos Augusto Vailatti
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