domingo, 15 de fevereiro de 2009

Hermenêutica Bíblica


"O cristianismo é peculiarmente religião de um só livro. Elimine a Bíblia, e você terá destruído o meio pelo qual Deus decidiu apresentar Sua relevação ao homem através de sucessivas eras. Segue-se, pois, que o conhecimento da Bíblia é requisito indispensável para o crescimento da vida cristã". (Frank E. Gaebelein)
Uma vez que a Hermenêutica Bíblica é a ciência que procura descobrir qual é o verdadeiro significado de um texto bíblico, torna-se necessário fornecer alguns princípios por meio dos quais a interpretração de um texto deve ser feita. Abaixo, cito resumidamente 4 princípios de interpretação com os seus respectivos subitens (24, ao todo):

I - Princípios Gerais de Interpretação

1. Trabalhe partindo da pressuposição de que a Bíblia tem autoridade;
2. A Bíblia é seu intérprete; a Escritura explica melhor a Escritura;
3. A fé salvadora e o Espírito Santo são-nos necessários para compreendermos e interpretarmos bem as Escrituras;
4. Interprete a experiência pessoal à luz da Bíblia, e não a Escritura à luz da experiência pessoal;
5. Os exemplos bíblicos só têm autoridade quando amparados por uma ordem;
6. O propósito primário da Bíblia é mudar nossas vidas, não aumentar o nosso conhecimento;
7. Cada cristão tem o direito e a responsabilidade de investigar e interpretar pessoalmente a Palavra de Deus;
8. A história da igreja é importante, mas não decisiva na interpretação da Escritura;
9. As promessas de Deus na Bíblia toda estão disponíveis ao Espírito Santo a favor dos crentes de todas as gerações.

II - Princípios Gramaticais de Interpretação

1. A Escritura tem somente um sentido, e deve ser tomada literalmente (exceto se o contexto indicar o contrário);
2. Interprete as palavras no sentido que tinham no tempo do autor;
3. Interprete a palavra em relação à sua sentença e ao seu contexto;
4. Interprete a passagem em harmonia com o seu contexto;
5. Quando um objeto inanimado é usado para descrever um ser vivo, a proposição pode ser considerada figurada;
6. Quando uma expressão não caracteriza a coisa descrita, a proposição pode ser considerada figurada;
7. As principais partes e figuras de uma parábola representam certas realidades. Considere somente essas principais partes e figuras quando estiver tirando conclusões;
8. Interprete as palavras dos profetas no seu sentido comum, literal e histórico, a não ser que o contexto ou a maneira como se cumpriram indiquem claramente que têm sentido simbólico. O cumprimento delas pode ser por etapas, cada cumprimento sendo uma garantia daquilo que há de seguir-se.

III - Princípios Históricos de Interpretação

1. Desde que a Escritura originou-se num contexto histórico, só pode ser compreendida à luz da história bíblica;
2. Embora a revelação de Deus nas Escrituras seja progressiva, tanto o Velho como o Novo Testamento são partes essenciais desta revelação e formam uma unidade;
3. Os fatos ou acontecimentos históricos se tornam símbolos de verdades espirituais, somente se as Escrituras assim o designarem;

IV - Princípios Teológicos de Interpretação

1. Você precisa compreender gramaticalmente a Bíblia, antes de compreendê-la teologicamente;
2. Uma doutrina não pode ser considerada bíblica, a não ser que resuma e inclua tudo o que a Escritura diz sobre ela;
3. Quando parecer que duas doutrinas ensinadas na Bíblia são contraditórias, aceite ambas como escriturísticas, crendo confiantemente que elas se explicarão dentro de uma unidade mais elevada;
4. Um ensinamento simplesmente implícito na Escritura pode ser considerado bíblico quando uma comparação de passagens correlatas o apóia.

(Resumo extraído de: HENRICHSEN, Walter A. Princípios de Interpretação da Bíblia. São Paulo, Editora Mundo Cristão, 1989).

Boa leitura da Bíblia,

Carlos Augusto Vailatti

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