quinta-feira, 26 de março de 2009

No Princípio era o Verbo...

"No princípio era o verbo" (Início de João 1.1 em grego)

Acredito que uma das mais belas designações através da qual Jesus é conhecido nas Escrituras, seja aquela que se refere a ele em Jo 1.1 como o LOGOS, ou seja, a "palavra". Porém, confesso que tenho uma certa predileção por traduzir a palavra grega logos por verbo, como o fazem, por exemplo, as versões bíblicas: Almeida, Revista e Corrigida, Almeida, Revista e Atualizada, Bíblia de Jerusalém e Tradução Ecumênica da Bíblia, entre outras.

Após refletir um pouco sobre o significado da palavra "verbo" no contexto de nossa língua portuguesa, achei algumas "pontes" interessantes que, segundo penso, fazem uma ligação metafórica muito instrutiva entre o nosso verbo divino, Jesus, e o verbo da gramática. Eis as "pontes":

1ª) Em nossa língua portuguesa, o verbo é a palavra que confere sentido a uma oração. Se eu me dirigir a você dizendo, por exemplo, "ela", você não entenderá coisa alguma. Mas, se eu incluir um verbo na minha fala e disser: "ela orou", daí o significado ficará mais claro. A título de ilustração, creio que a vida de muitas pessoas parece ser sem sentido, pois falta-lhes o elemento essencial, isto é, falta-lhes aquilo que é uma condição sine qua non para que haja sentido na sua existência humana, ou seja, a presença do verbo divino, Cristo.

2ª) Um dos tipos de verbos que chama a minha atenção é o verbo intransitivo, pois ele não exige complemento para que uma oração faça sentido. Jesus, o nosso verbo divino, é intransitivo. Ele não precisa de nenhum complemento, pois é auto-suficiente, soberano e onipotente. Ainda assim, há alguns que entendem que o verbo divino não seja o suficiente, enxergando a necessidade de complementá-lo com algo a mais. Dessa forma, alguns dizem que precisamos de "Jesus + tradições humanas". Outros afirmam que precisamos de "Jesus + dogmas". Outros ainda declaram que precisamos de "Jesus + regras eclesiásticas denominacionais". E, por fim, existem aqueles que acham que precisamos de "Jesus + legalismos", ou então, "Jesus + modismos teológicos" e assim por diante. Porém, se você me permite dizer, não precisamos de mais nada, a não ser de Jesus. Jesus é o que nos basta. Ele...somente Ele...Nada mais do que Ele...Nada além dEle...

3ª) O verbo é uma palavra que designa ação. A existência de um verbo em uma oração nos sugere a idéia de algo que está em movimento, algo que está acontecendo, algo que está vivo. Deus, quando resolveu entrar em ação na história da existência humana, o fez de forma radical através da encarnação do verbo. A materialização do verbo, por meio da corporificação ou encarnação de Cristo, nos mostra que Ele se secularizou e se fez história em nossa própria história humana.

Ora, Àquele que veio dar sentido à nossa existência sem que precisemos de qualquer outro complemento, seja a glória e o louvor para todo o sempre!

Autor: Carlos Augusto Vailatti

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