sábado, 14 de março de 2009

Anchieta, o "Apóstolo do Brasil"

(Padre José de Anchieta)

O texto escrito abaixo é baseado no livro "O Santo que Anchieta matou", do ex-padre Aníbal Pereira dos Reis (1924-1991), que, depois de convertido, se tornou pastor batista. Aníbal, que não tem "papas na língua" (com perdão pelo trocadilho) e é polêmico em suas várias declarações anti-católicas, nos fornece um interessante texto sobre o padre José de Anchieta, cognominado "Apóstolo do Brasil". A seguir, faço um pequeno resumo de seu livro:

O falecido Papa João Paulo II, em 22 de junho de 1980, beatificou o padre José de Anchieta. Todavia, deve ser dito que Anchieta, embora canonizado por Roma, não foi o primeiro "santo" brasileiro, pois ele era, na verdade, espanhol. Além disso, Anchieta não foi "santo" porque massacrou silvícolas em nossa terra, escravizou brasilíndios, esmagou mamelucos e perseguiu calvinistas.

Os evangélicos brasileiros, apesar de repudiarem a beatificação de José de Anchieta, todavia, reconhecem a sua participação inquisitorial na vida heróica do verdadeiro santo, o francês Jean Jacques Le Balleur, o João Bollés, quem, pelas próprias mãos de Anchieta, em 1567, foi enforcado no Rio de Janeiro.

Para sabermos como foi que isso ocorreu, temos que voltar no tempo ao dia 21 de março de 1557 quando, sob a presidência de João Bollés, pela primeira vez no Brasil é celebrada a Ceia do Senhor. Esta celebração, em vez de ser um episódio agregador, acabou ocasionando disputas doutrinárias entre católicos e calvinistas. Nicolau Durand Villegaignon, católico fervoroso, defendia a transubstanciação, a presença real e física de Cristo nos elementos sacramentais. O ex-frade dominicano, João Cointac, no calor da disputa, começou a desferir agressões pessoais contra Villegaignon. Este último, por sua vez, acabou sentenciando à morte tanto Cointac quanto os pastores calvinistas que participavam da ceia. Então, recorrendo aos postulados da "santa inquisição", assassinou os pastores Jean du Bourdell, Mathieu Verneuil e Pierre Bourdon. Cointac e Bollés fugiram, a fim de sobreviverem àquela matança.

Finalmente, tempos mais tarde, João Bollés foi encontrado e ficou preso num cárcere durante oito anos, de 1559 a 1567, quando então foi morto. O carrasco que deveria dar fim à vida dele, por imperícia ou por compaixão, acabou retardando a sua ação. Então, Anchieta antecipou-se ao carrasco e terminou por enforcá-lo.

É curioso notar que os ensinos, Fundamental e Médio (principalmente), não costumam nos fornecer tais informações. Talvez isto se dê devido aos seguintes fatores: 1) a fé de nosso país, desde a sua colonização, embora sincrética, é predominantemente católica; 2) as instituições educacionais básicas (Ensinos: Fundamental e Médio), em geral, apoiam o catolicismo e divulgam as suas idéias através de suas aulas; e 3) Ainda há um "ranço católico" muito forte em nossa religiosidade popular devido à "herança católica" que recebemos de nossos ancestrais. Tais fatores, dentre tantos outros, certamente contribuíram, e muito, para que verdades como esta sobre José de Anchieta fossem encobertas.

O meu desejo é que os brasileiros tenham os seus olhos abertos e as suas mentes esclarecidas, a fim de que possam tomar conhecimento de alguns fatos sobre a nossa história brasileira que, devido aos interesses de alguns, ainda acabam sendo pouco divulgados.

Abraços,

Autor: Carlos Augusto Vailatti

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