quinta-feira, 30 de abril de 2009

Pastor das Neves e os Sete Anões


Certamente, você já deve ter ouvido falar sobre a história infantil da Branca de Neve e os Sete Anões. Porém, eu gostaria de falar sobre outra história, a do Pastor das Neves e os Sete Anões.

Era uma vez, um querido pastor chamado Astrogildo das Neves, o qual era mais conhecido pelo seu sobrenome: "das Neves". Esse pastor presidia uma pequena igreja localizada no bairro de Vila Encantada, na terra de Nanicolândia, onde, alegremente, servia ao Senhor juntamente com os sete membros de sua "igrejinha". Acontece que, além da igreja ser pequena, os seus sete membros também eram. Na verdade, assim como naquele famoso desenho, os membros dessa "igrejinha" eram sete anões. Seus nomes eram: Atchim, Dengoso, Dunga, Feliz, Mestre, Soneca e Zangado. Por incrível que pareça, semelhantemente aos seus homônimos do desenho animado, esses crentes anões davam muito trabalho para o pastor das Neves, tirando-o, inclusive, muitas vezes do sério.

Bem, como esses sete anões são "interdenominacionais", isto significa que, a qualquer hora dessas, eles podem começar a freqüentar a sua igreja também. Aliás, segue um "retrato falado" desses sete anões para que você possa detectá-los mais facilmente e, assim, tomar as devidas precauções contra eles:

ATCHIM - Esse crente anão vive dando desculpas para não comparecer aos cultos e aos eventos programados pela igreja. Via de regra, suas desculpas prediletas, para fazer jus ao seu nome, são: resfriado e gripe. Ele costuma dizer: "pastô, me desculpe por não ter ido ao culto do domingo passado porque eu peguei uma gripe daquelas!". O crente Atchim sempre arruma algum tipo de desculpa, por mais absurda que seja, a fim de justificar a sua ausência nos cultos. Esse tipo de crente me faz pensar nos convidados da chamada “Parábola da Grande Ceia” (Lc 14.16-20), os quais, ao serem convidados para a festa, deram as desculpas mais imaginativas com o intuito de justificarem o seu não-comparecimento. Um dos convidados alegou o seguinte para não ir à festa: “comprei um campo, e preciso ir vê-lo” (v.18). Pergunto: Quem, em sã consciência, compraria um “terreno” sem vê-lo antes? O outro convidado saiu-se com esta desculpa: “Comprei cinco juntas de bois, e tenho que experimentá-los” (v.19). Novamente, faço a seguinte pergunta: quem, em seu estado psíquico normal, compraria bois sem antes tê-los visto e analisado? Para finalizar, o terceiro convidado deu a seguinte desculpa: “casei e, portanto, não posso ir” (v.20). Ora, mas por que ele não leva a esposa junto para a festa? Para ser franco, o fato é que quando não queremos participar de algum evento, nós sempre arranjamos algum tipo de desculpa. E o crente Atchim, particularmente, é perito nisso!

DENGOSO - Esse crente anão, como já sugere o seu nome, é cheio de "não-me-toques". Quando nasceu, ele deveria ter vindo ao mundo embrulhado numa caixa de papelão com a seguinte inscrição de advertência: "Cuidado, Frágil!". O crente Dengoso é cheio de dengos e frescuras. Seu "temperamento frágil" e a sua baixa auto-estima fazem com que ele se sinta ressentido e magoado por qualquer motivo. Por exemplo, se alguém não lhe cumprimentar com a “paz do Senhor”, ele sai da igreja; se alguém corrigi-lo, ele sai da igreja; se ele receber alguma palavra “mais dura” do pastor, ele acha que é uma “indireta” para ele e, portanto, sai da igreja; se o nome dele não for lembrado nas atividades eclesiásticas, ele também sai da igreja. Enfim, tudo serve de pretexto para ele querer abandonar a igreja. Uma de suas frases preferidas é: “ninguém gosta de mim!”.

DUNGA – Não o confunda com o atual técnico da seleção brasileira de futebol! Esse anão é conhecido no desenho animado principalmente pelas suas avantajadas orelhas. Já na igreja, as suas “duas antenas parabólicas” de alta potência, conseguem captar todo o tipo de informação. O crente Dunga, tal como um repórter, ama estar informado sobre todas as “novidades” que acontecem na vida dos irmãos e na comunidade em geral. Sob o pretexto de que irá “orar pelo problema do irmão”, esse crente anão gosta de ficar inteirado sobre tudo, principalmente se houver pecado no meio da congregação. Sua frase principal é: “Por favor, conte-me tudo. Não me esconda nada! Pois eu tenho que saber de tudo para poder orar por você!”. Porém, assim que a sua “conversa sigilosa” com a pessoa termina, ele trata de espalhar rapidamente a “notícia”, para que a igreja toda também possa “orar sobre o assunto”. Na verdade, o crente Dunga se preocupa mais com a vida alheia do que com a sua própria vida.

FELIZ – No desenho, esse anão está sempre de bom humor. Na igreja, o crente anão Feliz é muito bajulador (para não usar aqui outro tipo de expressão). Ele, na verdade, gosta mesmo é de “rasgar seda” e de “jogar confetes” sobre a liderança. Tanto é que ele parece a “sombra” do pastor. Onde o pastor estiver, ali ele também está presente. O crente anão Feliz vive elogiando a liderança, pois, como é interesseiro, espera sempre poder receber alguma coisa em troca (por exemplo, uma oportunidade para pregar, para cantar, para ser líder de algum departamento etc).

MESTRE – Esse anão, no desenho, exerce uma espécie de liderança entre os demais anões. Já na igreja, esse tipo de crente anão gosta de estar em evidência em tudo quanto faz. Se o nome dele aparece em destaque, por exemplo, no “quadro de avisos”, ele fica todo “prosa”. Como ele possui um dom de liderança nato, acaba, muitas vezes, se achando a “última bolachinha do pacote”. O importante para o crente Mestre é liderar, ainda que ele seja o “chefe dos guardadores de carro” da igreja.

SONECA – Esse crente anão, tal como no desenho, é muito fácil de ser identificado. De três em três minutos ele vive abrindo a boca durante o culto, e não é para glorificar a Deus, não, mas para bocejar! Esse tipo de crente anão costuma dormir geralmente durante o momento da mensagem (quer ela esteja boa, quer esteja chata). Aliás, o “dom” preferido do crente Soneca é o “dom de línguas”. Ele abre a boca durante o culto e começa a “orar” (roncar): Rrrrronnn! Rrrrronnn! Não é à toa que alguns destes crentes chegam até a dizer depois que viram anjos no culto. O sujeito dormiu tanto que até sonhou, e depois ainda diz que teve uma “visão” com anjos!

ZANGADO – Finalmente, o último dos anões do Pastor das Neves é o crente anão Zangado. Para esse anão, tudo no culto o irrita. Se o culto começar 1 minuto atrasado, isso o irrita. Se a letra do hino projetada no telão estiver com algum erro de português, isso o deixa nervoso. Se o pastor se estender um pouco mais no sermão, isso o tira do sério (porque ele não consegue chegar em casa a tempo de poder assistir ao programa do “Fantástico”). E se o pregador disser durante o culto: “sorria para o irmão que está ao seu lado”, isso para ele é a “morte”! Aliás, quando você o cumprimenta, dizendo: “bom dia, irmão!”, ele faz aquela cara de “poucos amigos” e ainda responde: “só se for ‘bom dia’ pra você, porque o meu dia hoje está péssimo!”.

Bem, eu não sei se alguns desses anões também podem ser encontrados na sua igreja, mas de uma coisa eu estou bem certo: Deus pode transformar toda essa gente de Nanicolândia em verdadeiros gigantes espirituais, proporcionando, assim, um verdadeiro final feliz à sua história denominacional! Basta orar e acreditar nisso!

Em Cristo,

Autor: Carlos Augusto Vailatti


*Qualquer semelhança entre os personagens dessa história e a realidade eclesiástica da sua igreja é mera coincidência.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

O Crente Avestruz


Tempos atrás, estive pensando sobre algumas “pérolas” que de vez em quando são “despejadas” de nossos púlpitos sobre os fiéis e acabei chegando à seguinte conclusão: Haja “estômago de avestruz” para comer tanto “cardápio” estranho! É isso mesmo! Os crentes de muitas igrejas por aí têm “comido” de tudo ultimamente e, o que é pior, não têm reclamado de nenhum problema “estomacal” ou “digestivo”! Acho que isso ocorre porque o “organismo” já acostumou com o tipo de “comida” servida...

Bem, acredito que seja do conhecimento de todos o fato de que o avestruz é uma ave que, se você deixar, come de tudo o que encontra pela frente. Ela não somente se alimenta de pequenos répteis, animais e pássaros, dentre outros, mas também possui um paladar, eu diria, bem exótico, pois também come pedrinhas, parafusos, pregos, pedacinhos de madeira, pequenos objetos etc. Em outras palavras, ela não seleciona o que irá comer. Pelo contrário, come a primeira bugiganga que encontra pela frente. Na verdade, acho um verdadeiro milagre tais aves comerem de tudo e ainda continuarem vivas! Entretanto, o que eu quero ressaltar neste texto é que existem muitos “crentes avestruzes” em nossas igrejas. São crentes que não “selecionam” aquilo que ouvem, encarando facilmente o primeiro “prato” que aparece pela frente. Também acho um verdadeiro milagre tais pessoas continuarem vivas, mesmo depois de terem engolido tantas “porcas”, “parafusos”, “metais” e outros objetos esquisitos. Abaixo, menciono alguns dos variados “cardápios” que têm sido oferecidos em nossas igrejas, à moda de um restaurante:

SEGUNDA-FEIRA (Cardápio: Deus não deixará faltar NADA na sua vida!). Texto Base: “O Senhor é o meu pastor, nada me faltará” (Sl 23.1).

Em geral, muitos pregadores pregam assim esse texto: “Irmãos, Deus não irá permitir que falte nada na sua vida! Não irá faltar a sua bênção, a sua vitória, a sua cura, a sua casa própria, o seu carro etc”. Contudo, o texto não está se referindo a nenhuma dessas coisas! O texto original diz: “O Senhor meu pastor, não me faltará”. Não são “coisas” ou “bens” que não me faltarão, mas “o Senhor”! O Senhor não me faltará! Quer que eu te prove isso? Pois bem. Você já ficou triste alguma vez? Se a resposta for “sim”, então isto significa que a alegria já lhe faltou. Já ficou desempregado (a)? Então, o emprego lhe faltou. Já ficou doente? Então a saúde lhe faltou. Já ficou extremamente irritado (a) e nervoso (a)? Então, a paz lhe faltou. Já teve o seu carro ou algum outro objeto roubado? Então, aquilo lhe faltou. Por favor, entenda o que eu quero dizer: Certas “coisas” podem vir a faltar na vida do crente, mas “o Senhor” jamais faltará! Você pode ter falta de recursos financeiros, mas continuará tendo o Senhor! Pode ter falta de saúde, mas continuará tendo o Senhor! Pode ter falta de uma casa própria, mas continuará tendo o Senhor! Pode ter falta de um belo carro do ano, mas continuará tendo o Senhor! Aliás, foi ele mesmo quem nos disse isso em Mateus 28.20b: “e eis que estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos”. Em suma, uma coisa é certa: posso ter coisas e posso também ser privado delas, mas de uma coisa eu sei: o Senhor não me faltará!

TERÇA-FEIRA (Cardápio: Deus irá agir AGORA MESMO na sua vida!). Texto Base: “Cantai a Deus, cantai louvores ao seu nome; (...) pois o seu nome é Já (...)” (Sl 68.4).

Creio que você já deve ter ouvido algum pregador dizer por aí mais ou menos o seguinte: “Meu irmão, Deus tem pressa de agir na sua vida, porque ele é o Deus de já!”. Ou então: “Deus não irá deixar o seu milagre pra amanhã, não. O seu milagre vai chegar hoje, pois Deus é o Deus de já!”. Como as antigas versões da Bíblia de João Ferreira de Almeida traziam no final do Sl 68.4 a frase: “pois o seu nome é Já”, muitos pregadores acabaram entendendo esse “Já” (e muitos ainda entendem assim) de forma temporal, ou seja, ele se refere ao “hoje” e ao “agora”. Porém, o “Já” ao qual o texto está se referindo é o próprio Senhor, cujo nome abreviado em hebraico é “Yah” (de “Yahweh”). Acontece que ao traduzir esse texto, João Ferreira de Almeida preferiu aportuguesar o termo para “Já” (de “Jahweh”). Porém, muitos pregadores ao ignorarem este fato acabaram entendendo Deus equivocadamente como um Ser que é imediatista, isto é, Alguém que age na nossa vida “num estalar de dedos” e que resolve os nossos problemas “num minuto”. Tais pregadores confundem Deus com aquele macarrão instantâneo, o Miojo, que em 3 minutos fica pronto. Esses pregadores se esquecem, por exemplo, de que Isaque teve que orar durante 20 anos para que a sua mulher, Rebeca, que era estéril, pudesse engravidar (Gn 25.20,21, 26b). O "Deus de Já" não o atendeu imediatamente em sua oração. Portanto, não se esqueça de que o “Deus de Já” poderá demorar ainda um pouquinho mais.

QUARTA-FEIRA (Cardápio: O DIABO E OS DEMÔNIOS não têm poder contra a Igreja, porque as portas do inferno não prevalecerão contra ela!). Texto Base: “(...) edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mt 16.18).

Com raras exceções, muitos pregadores interpretam esse verso da seguinte maneira: “O diabo e os demônios não têm nenhum poder contra a igreja, porque está escrito que as portas do inferno não prevalecerão contra ela!”. Eles fazem isso porque associam a palavra “inferno” que aparece aqui com o capeta! Embora seja verdade o fato de que a igreja de Cristo é vitoriosa sobre o diabo e os demônios, porém, o presente texto não está tratando desse assunto! A palavra traduzida aqui como “inferno” é a palavra grega hades, uma referência ao “mundo dos mortos, a morte”. Portanto, o que Jesus está dizendo é que “a morte” não tem mais domínio sobre a igreja! Não há nenhuma referência a demônios nesse texto. Aliás, esse tema da vitória da igreja sobre a morte também é encontrado em 1 Co 15.54b,55: “Tragada foi a morte na vitória. Onde está, ó morte, o teu aguilhão? Onde está, ó inferno (Gr. thanate, “morte”), a tua vitória?”.

QUINTA-FEIRA (Cardápio: Não importa O TAMANHO da sua fé!). Texto Base: “e Jesus lhes disse: (...) em verdade vos digo que, se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a este monte: passa daqui para acolá – e há de passar; e nada vos será impossível” (Mt 17.20).

Você também já deve ter ouvido algum pregador dizer algo parecido com isso: “Irmão, não importa se a sua fé é do tamanho de um grão de mostarda. A sua fé, mesmo sendo bem pequena, agrada a Deus!”. Nada está tão longe da verdade quanto esta declaração! Aliás, basta ver textos como, por exemplo, Mt 6.30; 8.26 e 14.31 para chegar a essa conclusão. É claro que Deus deseja que sejamos cheios de fé. Além do mais, tanto em Mt 17.20 como em Lc 17.6 Jesus disse aos discípulos: “se tiverdes fé COMO UM GRÃO de mostarda”, e não: “se tiverdes fé DO TAMANHO de um grão de mostarda”, o que é algo totalmente diferente. A primeira frase: “COMO um grão de mostarda”, está se referindo à qualidade do grão. Os melhores agricultores já tentaram, em vão, fazer o cruzamento do grão de mostarda com outras sementes, mas não conseguiram. A semente de mostarda não aceita se misturar (não aceita se tornar híbrida) com outras sementes de espécies diferentes! Logo, a fé genuína é aquela que, como a semente de mostarda, não aceita se misturar a outras crenças e filosofias estranhas. É esse tipo de fé genuína e “sem misturas” que move montanhas!

SEXTA-FEIRA (Cardápio: Você PODE TODAS AS COISAS no Senhor!). Texto Base: “Posso todas as coisas naquele que me fortalece” (Fp 4.13).

Esse é um dos “dizeres-chave” de muitos pregadores Brasil afora. Já ouvi tais pregadores vociferarem muitas vezes do púlpito as seguintes palavras: “Meu irmão, não aceite essa doença, esse desemprego, essa luta ou esse problema na sua vida. Ponha a sua fé em ação e creia em Deus, pois você pode todas as coisas naquele que te fortalece!”. O problema básico é que o contexto de Fp 4.13 ensina justamente o contrário! Nesta passagem, o apóstolo Paulo declara: “12Sei estar abatido, e sei também ter abundância; em toda a maneira, e em todas as coisas estou instruído, tanto a ter fartura, como a ter fome; tanto a ter abundância, como a padecer necessidade. 13Posso todas as coisas naquele que me fortalece”(Fp 4.12.13). Aqui, o apóstolo Paulo confessa: “posso todas as coisas”, isto é, “posso passar por revezes na vida, posso sofrer adversidades e posso experimentar vicissitudes, mas também posso desfrutar de momentos agradáveis, felizes e prazerosos”. Paulo está querendo dizer que na vida nós teremos muitos “altos e baixos”, mas Deus nos fortalecerá em cada uma destas situações!

SÁBADO (Cardápio: NÃO HÁ TRISTEZA diante da presença de Deus!). Texto Base: “No seu pescoço pousa a força; perante ele, até a tristeza salta de prazer” (Jó 41.22).

Já tive a infelicidade e o desprazer de ouvir vários pregadores dizerem: “Irmão, que cara é essa? Tire essa tristeza do seu rosto, porque está escrito na Bíblia que diante de Deus até a tristeza salta de alegria!”. Aqui nos deparamos novamente com um sério problema: a falta de leitura do contexto da passagem bíblica. Se os pregadores que ensinam tais coisas se dessem ao trabalho de ler todo o capítulo 41 do livro de Jó, eles já perceberiam nos primeiros versos que Deus está se referindo aqui ao leviatã (ou crocodilo) em todo o capítulo (cf. Jó 41.1ss)! Sendo assim, esses pregadores “promoveram” o crocodilo de Jó 41.22 ao “posto” de Deus! Com o perdão pelo trocadilho, (pedindo licença para usar uma gíria juvenil) esta interpretação é uma verdadeira “crocodilagem”!

DOMINGO (Cardápio: Jesus tomou as chaves DA MÃO DO DIABO!). Texto Base: “E tenho as chaves da morte e do inferno” (Ap 1.18).

Finalmente, para fechar a semana com “chave de ouro”, nada melhor do que uma “pregação de poder” que exalta a Jesus (será?) e põe o diabo no seu devido lugar. Creio que muitas pessoas já tiveram a experiência de chegar quase ao “êxtase espiritual” depois de ouvirem o pregador dizer mais ou menos o seguinte: “Igreja, quando Jesus morreu, Ele desceu ao inferno, pregou aos espíritos em prisão, depois se dirigiu a Satanás e arrancou as chaves da morte e do inferno das mãos dele! Hoje, o diabo é tão coitado, que ele não tem nem mesmo as chaves da própria casa (o inferno), porque Jesus as tirou da sua mão!!”. É curioso notar que essa “afirmação teológica ungida” encontra o seu reflexo até mesmo em nossa hinologia contemporânea, na qual podemos achar, inclusive, uma música que traz o seguinte refrão: “Jesus veio ao mundo / Desafiou as trevas e venceu / E com poder e força / Tomou as chaves da mão do diabo / E o diabo tremeu, e o inferno tremeu / Ó satanás tu tremeste / E até hoje tu tremes/ Jesus já venceu na cruz”. A pergunta que faço é: onde está escrito na Bíblia que Jesus tomou as chaves da morte e do inferno da mão do diabo? A Bíblia diz em Hb 2.14 que Jesus se encarnou e foi crucificado para que, através da Sua morte, “aniquilasse o que tinha o império da morte, isto é, o diabo”. Porém, em momento algum a Bíblia afirma que o diabo tinha em seu poder as chaves da morte e do inferno e que Jesus as tomou de sua mão como que por meio de algum tipo de “luta” ou “combate”. O que ocorreu foi que a morte e a ressurreição de Jesus desferiram um golpe letal contra satanás, pois, por meio delas, Jesus conquistou a libertação total para todos aqueles que resolverem crer nele. Contudo, quando Ap 1.18 diz que Jesus tem “as chaves da morte e do inferno”, isto se refere ao fato de que na cultura judaica daquela época as chaves eram vistas como sinal indicativo de autoridade (cf. Mt 16.19). O inferno (gr. Hades) é o “lugar” onde os mortos estão. Portanto, isto significa dizer que a morte não pode mais amedrontar o povo de Deus, pois Jesus é o possuidor das chaves, ou seja, Ele tem o poder e a autoridade para “abrir” os túmulos e para conduzir os mortos à vida eterna.

Bem, espero sinceramente que este “menu” tenha servido para “abrir o seu apetite” das Escrituras!


Em Cristo,

Autor: Carlos Augusto Vailatti

domingo, 19 de abril de 2009

Pastor Também Sofre de TPM!


Calma, não é nada disso que você está pensando! Não estou me referindo à Tensão Pré Menstrual, a qual aflige milhares de mulheres em todo o mundo, causando-lhes desconforto, dor, irritabilidade, nervosismo etc. Antes, estou querendo me referir à Tensão Pré Mensagem que afeta inúmeros pastores, os quais chegam a suar frio nos momentos que antecedem a sua subida ao púlpito. Porém, devo confessar que não é mera coinscidência essa associação feita entre a TPM feminina e a TPM pastoral. Acredito que há muitas semelhanças entre ambas. E, sendo assim, a TPM pastoral também deve ser identificada e tratada.

1. O que é a TPM Pastoral?

É aquela sensação desconfortável e cheia de tensão que costuma afligir muitos pastores nos momentos que antecedem a sua pregação.

2. Sintomas da TPM Pastoral

São inúmeros, dentre os quais destacam-se: ansiedade, insegurança, suor frio, tensão, nervosismo, medo, perda do sono, dor de cabeça, dores musculares e outros.

3. Principais Causas

Existem outras causas, é claro, mas julgo que essas sejam as principais:

a) Falta de leitura e estudo periódico da Bíblia (isso gera insegurança no momento de transmitir a mensagem, uma vez que que há falta de domínio sobre o assunto a ser tratado);
b) Falta de organização do tempo (o preparo da mensagem do domingo acaba ficando sempre em último lugar, afinal o pastor tem outras coisas "mais importantes" a fazer);
c) Falta de fé em Deus (o pastor tem que acreditar no fato de que Deus estará com ele, ajudando-o a transmitir a Sua mensagem, quando ele subir ao púlpito).

4. Tratamento

A TPM Pastoral tem tratamento? Mas é claro que sim! Os seguintes "medicamentos" certamente ajudarão o pastor que sofre de TPM a resolver o seu problema. São eles:

- Tome uma boa dose de Bíblia, pelo menos, umas três vezes ao dia (isso manterá a sua mente afiada quanto ao conteúdo das Escrituras e eliminará, aos poucos, os sintomas da TPM);
- Dobre o seu joelho diante de Deus também algumas vezes ao dia, pedindo-lhe que o oriente quanto àquilo que você deverá falar em sua mensagem (esse gesto de humildade e de dependência divina são imprescindíveis para que haja a cura da TPM e, além disso, não possui contra-indicações!);
- Antes de subir ao púlpito, tome algumas "pílulas de fé" (creia que Deus o usará - através da Sua misericórdia - no momento da pregação);
- Pratique aquilo que você prega (isso lhe dará maior segurança no momento de transmitir a mensagem divina. Não há remédio mais forte contra a TPM do que viver aquilo que se prega!).

Bem, por enquanto é isso.

Desejo a você, caro pastor, uma ótima cura de sua TPM!

Em Cristo,

Autor: Carlos Augusto Vailatti

sexta-feira, 17 de abril de 2009

A "Raiz" do Pecado

(O Pecado Original e a Expulsão do Paraíso - Teto da Capela Sistina - Vaticano, Roma)

Introdução

Se existe uma palavra que está sempre presente em nosso linguajar cristão-evangélico, esta é a palavra "pecado". Portanto, a fim de podermos compreender melhor o que significa este importante termo de nosso vocabulário, é necessário estudá-lo sob algumas de suas principais nuanças lingüísticas. E é isso o que buscaremos fazer a partir das linhas que seguem.

I - O Pecado e a Sua Raiz Hebraica

Em hebraico há algumas palavras que estão relacionadas ao conceito de pecado. Entretanto, a principal palavra (existem outras, é claro) utilizada para descrever o pecado é a palavra hebraica hata', cujo sentido básico é o de "errar um alvo ou um caminho", ou ainda "ficar aquém do padrão".[1] Essa palavra pode ser encontrada em uma de suas várias formas verbais, por exemplo, em Jz 20.16, onde lemos sobre a existência de "setecentos homens escolhidos, canhotos, os quais todos atiravam uma pedra com a funda a um cabelo, e não erravam (yahati')". A partir desse conceito básico, podemos dizer que "pecar é errar a mosca". Calma, não estou me referindo ao "inseto" chamado mosca. Antes, estou me referindo à mosca em seu sentido técnico-militar, fazendo alusão ao "ponto central do alvo nos exercícios de tiro". Aliás, esse assunto me faz lembrar da época em que servi no Tiro de Guerra de minha cidade natal, São Caetano do Sul - SP. Lembro-me que nas aulas de tiro ao alvo o meu subtenente costumava dar notas aos tiros de fuzil. Quanto mais perto do alvo (mosca) o tiro chegasse, melhor era a nota. E as notas basicamente eram: Ruim, Regular, Bom, Muito Bom e Ótimo. Geralmente, eu tirava o conceito Bom, o que me deixava decepcionado, pois eu queria estar entre os melhores atiradores. Porém, lembro-me da frustração estampada no rosto daqueles que tiravam Ruim e da alegria contagiante daqueles que recebiam Ótimo. Acredito que este fato deveria servir para despertar em cada um de nós o seguinte questionamento: "Que nota eu tenho recebido do Mestre em meu tiro ao alvo espiritual?". Ou melhor dizendo: "a vida cristã que tenho vivido ultimamente tem sido aprovada ou rejeitada por Deus?". Ou ainda, para usar uma linguagem mais militarizada: "que 'nota' Deus daria para a minha 'pontaria' de hoje"? Pense nisso.

II - O Pecado e a Sua Raiz Grega

Já na língua grega, a palavra que melhor caracteriza a idéia de pecado é a palavra hamartia, cujos significados básicos são: "falha, culpa, pecado".[2] Kenneth Wuest, ao comentar o conhecido texto de Rm 3.23: "Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus", faz uma interessante observação sobre o conceito de pecado que aparece no verso. Ele diz:

"O termo grego aqui traduzido como 'pecado' é uma palavra que, entre os gregos pagãos, significava 'errar o alvo' ou 'falhar no desempenho'. Os atletas gregos, mirando um alvo, algumas vezes erravam na pontaria. Assim também a raça humana inteira errou o alvo, a saber, uma vida conduzida para a glória de Deus".[3]

Ao lermos esse texto, percebemos que o conceito de "pecado" por trás da palavra hamartia é muito parecido com o conceito encontrado no hebraico hata', principalmente quanto à idéia de "errar o alvo".

III - O Pecado e a Sua Raiz Latina

Por fim, nos deparamos com o conceito de "pecado" em latim. Sabe-se que o verbo português "pecar" é derivado do latim peccare que, em seu uso primitivo, significava: "fazer passo em falso, perder o pé, e, portanto, cair, falando-se dos cavalos e outras montarias; depois, figuradamente, fazer mau passo moral, errar, cometer falhas".[4] Tal palavra tem ligação com a palavra latina pecus, que significa: "pé defeituoso, pé incapaz de percorrer o caminho".[5] Em outras palavras, "pecar" é "coxear, manquejar, capengar". Aliás, a partir desses dados, poderíamos muito bem concluir que "pecar" é "dar mancadas com Deus". Dito de outra maneira, quando pecamos estamos dando um "passo em falso" em nossa relação com Deus.

Conclusão

De forma bem geral, podemos resumir esse breve texto dizendo que a "raiz" do pecado encontra-se basicamente em dois fatores: "errar o alvo" e "pisar em falso no caminho de Deus". Quando não atingimos o "alvo" proposto por Deus para a nossa vida (que é glorificá-lo por meio de todo o nosso viver) e também quando não andamos "corretamente" nos seus caminhos, tais atitudes se traduzem em pecado diante dEle.

Àquele que é poderoso para ajudar-nos em nossa "pontaria" e em nosso "caminhar" seja a glória e o louvor para todo o sempre!

Autor: Carlos Augusto Vailatti
__________________
[1] HARRIS, R. Laird. (org.). Dicionário Internacional de Teologia do Antigo Testamento. São Paulo, Vida Nova, 1998, pp.450,451.
[2] LIDDELL, H. G. & SCOTT, R. An Intermediate Greek-English Lexicon. Oxford, Oxford University Press, 1889, p.41.
[3]WUEST, Kenneth S. Jóias do Novo Testamento Grego. São Paulo, Imprensa Batista Regular, 1986, p.85.
[4]BUENO, Francisco da Silveira. Grande Dicionário Etimológico Prosódico da Língua Portuguesa. Vol.6. São Paulo. Edição Saraiva, 1966, p.2927.
[5] ALVES, Arlindo. O Mago da Nova Era. Curitiba, A.D. Santos Editora, 2002, p.171.

sábado, 11 de abril de 2009

O Crente Total Flex


Introdução

Em um dia desses, estava com a minha esposa no carro, quando de repente nos vimos parados próximos a um veículo que trazia em sua parte traseira os dizeres: “Total Flex”. Em um daqueles momentos de súbita inspiração, me vi refletindo sobre algo, cujo conteúdo agora você lê.

Em linhas gerais, o que é um Carro Flex? Ora, o nome Flex sugere o conceito de “flexibilidade”, isto é, o Carro Flex é assim chamado, pois o seu motor pode funcionar com gasolina, com álcool ou com os dois combustíveis misturados. Em outras palavras, a idéia do Carro Flex é primar pela economia. Uma vez que ele é bicombustível, se o álcool estiver mais caro, então ponha gasolina no motor. Porém, se a gasolina estiver mais cara, então encha o tanque com álcool. O Carro Flex não exige aquilo que eu chamaria de fidelidade mono-combustível. Nada disso. Muito pelo contrário, ele permite ao seu proprietário que use o combustível que achar melhor e que estiver mais barato. Todavia, uma questão sempre me intrigou no Carro Flex: “como pode um mesmo motor usar dois combustíveis tão diferentes, ou a mistura dos dois, e isso ao mesmo tempo?” Foi então que descobri o “mistério”: o coração do sistema flex é um software instalado na central de injeção do veículo. Porém, mesmo depois de ter descoberto esse “segredo”, essa pergunta ainda continuou a me deixar intrigado: “como pode um único motor utilizar dois tipos de combustíveis tão diferentes um do outro ao mesmo tempo?”

Confesso que em meio aos meus devaneios, acabei sendo conduzido ao seguinte pensamento teológico paralelo: “como pode um cristão, lavado e remido no sangue de Jesus Cristo, permitir que toda e qualquer mistura de combustíveis possa entrar no tanque do seu coração e da sua mente?”.

Sabemos que a nossa sociedade pós-moderna possui o relativismo como um de seus principais pilares. Porém, não é apenas a “sociedade extra-eclesiástica” que segue o conceito do relativismo. É triste constatar que esse conceito filosófico perigoso também tem se infiltrado em muitas de nossas igrejas, ocasionando o surgimento do personagem não-fictício acima citado: o Crente Total Flex.

Bem, mas como é que nós podemos identificar esse tipo de “crente”. Bem, o Crente Total Flex pode estar mais perto do que você imagina. Aliás, ele pode até ser aquela pessoa que costuma se assentar ao seu lado no banco da igreja. Porém, tome muito cuidado, pois ele pode ser um crente apenas de fachada. Vejamos, segundo a Bíblia, quais são algumas das características principais desse “personagem de nosso mundo folclórico evangélico” que é, na verdade, mais real do que imaginamos:

1a) Saudades do Mundo

4(...) os filhos de Israel tornaram a chorar, e disseram: Quem nos dará carne a comer? 5Lembramo-nos dos peixes que no Egito comíamos de graça, e dos pepinos, e dos melões, e dos porros, e das cebolas, e dos alhos” (Nm 11.4b,5).

Uma das primeiras características do Crente Total Flex é essa saudade que ele sente do Egito, mesmo estando se dirigindo rumo à Canaã! Dito de outra forma, esse tipo de crente é aquele que sente saudades do mundo, de seus valores e atrativos, ainda que a sua jornada terrestre tenha o propósito de conduzi-lo ao céu. Ele é flexível para com os valores do mundo. “O mundo não é tão ruim assim”, ele pensa. Ele se comporta como o tal do “Crente Raimundo” (com respeito àqueles que nos lêem e têm esse nome), isto é, ele “tem um pé na igreja e o outro no mundo”. Na mente de tais pessoas, não há incompatibilidade entre ser cristão e amar o mundo ao mesmo tempo (cf. 1 Jo 2.15-17).

2a) Fé Dividida

“Então Elias se chegou a todo o povo e disse: Até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se o Senhor é Deus, seguí-o; e se Baal, seguí-o. Porém, o povo lhe não respondeu nada” (1 Rs 18.21).

O Crente Total Flex também é, digamos, flexível quanto ao objeto de sua fé. Ele crê em Deus, mas não descarta a hipótese de poder receber a ajuda de alguma outra suposta divindade. Como ele é diplomata, então, a fim de agradar a todos, ele acaba “acendendo uma vela pra Deus e a outra para o diabo”. Ele é daqueles que praticam a “política da boa vizinhança”, pois quer se dar bem com todo mundo. Porém, ele se esquece das palavras de Jesus: “ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar um e amar o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e a mamom” (Mt 6.24). Perceba que esse crente flex não pode receber Deus e mamom ao mesmo tempo no “tanque” do seu coração. Ou é um ou é o outro. Não há lugar para uma mentalidade do tipo “pizza meio-a-meio” no Evangelho. Vale lembrar aqui as palavras do salmista, que disse: “Aborreço a duplicidade, mas amo a tua lei” (Sl 119.113).

3a) Desonestidade nos Negócios

“Duas espécies de peso, e duas espécies de medida, são abominação para o Senhor, tanto uma coisa como outra” (Pv 20.10; cf. também: Pv 11.1; 16.11; 20.23).

A honestidade deve ser um traço essencial à vida de todo e qualquer cristão. Isto significa que ao cristão que se comporta bem na igreja, exige-se que tal comportamento também seja praticado em seu trabalho e em seus negócios de uma forma geral. Porém, o lema do Crente Total Flex é: “Igreja, Igreja, negócios à parte”. Ele acredita que “fé e negócios não se misturam” e, por isso, sempre que é possível, arruma um jeitinho de levar vantagem sobre os outros e de passá-los para trás.

4a) Linguajar Comprometido

9Com ela [a língua] bendizemos a Deus e Pai, e com ela amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de Deus. 10De uma mesma boca procede bênção e maldição. Meus irmãos, não convém que isto se faça assim. 11Porventura deita alguma fonte de um mesmo manancial água doce e água amargosa? 12Meus irmãos, pode também a figueira produzir azeitonas, ou a videira figos? Assim, tão pouco pode uma fonte dar água salgada e doce” (Tg 3.9-12).

O Crente Total Flex, à semelhança do carro bicombustível, é bilíngüe. Ora ele fala o idioma do céu, ora pronuncia o dialeto da terra. Às vezes você o encontra glorificando a Deus e, às vezes, você o vê falando mal do pastor, da igreja e dos demais irmãos. Ele aceita facilmente que essa mistura de “combustíveis” (o celestial e o terreno) abasteça o “tanque” de sua mente e, conseqüentemente, dê a “ignição” em sua boca. Ele acha normal o crente falar certas “verdades” de vez em quando e, portanto, devido a esta sua comunicação flexível, ele sempre diz aquilo que sente vontade de dizer, sem se preocupar se isso é agradável a Deus ou se fere ao seu próximo.

5a) Pensamentos Divididos

“O homem de coração dobre é inconstante em todos os seus caminhos” (Tg 1.8)

“Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a vós. Alimpai as mãos, pecadores; e vós de duplo ânimo, purificai os corações” (Tg 4.8).

Aqui em Tiago, as palavras usadas respectivamente para “coração dobre” (1.8) e “duplo ânimo” (4.8) são exatamente as mesmas. Trata-se da palavra grega dipsychos que, entre outras coisas, significa: “alma dividida, mente dividida”. Tal vocábulo parece fazer referência à “mente que está dividida entre a fé e o mundo, entre as coisas de Deus e as coisas dos homens”. O Crente Total Flex possui tal tipo de mentalidade dividida. Tais crentes indecisos não levam a sério os conselhos do apóstolo Paulo, nos quais ele diz: “Pensai nas coisas que são de cima, e não nas que são da terra” (Cl 3.2), e ainda: “Quanto ao mais, irmãos, tudo aquilo que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai” (Fp 4.8).

6a) Meia-Temperatura

15Eu sei as tuas obras, que nem és frio nem quente: oxalá foras frio ou quente! 16Assim, porque és morno, e não és nem frio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca” (Ap 3.15,16).

O Crente Total Flex é aquele que “não é oito e nem oitenta” nas questões relacionadas à vida cristã. Aqui no texto de Apocalipse há um contraste muito interessante. O texto faz um contraste entre as águas quentes e, portanto, medicinais de Hierápolis e as águas frias e puras de Colossos. As primeiras possuíam propriedades medicinais e as últimas serviam para dar um alívio ao cansaço. Sendo assim, a igreja de Laodicéia era uma igreja “em cima do muro”. Ela nem proporcionava cura ao doente espiritual e nem trazia refrigério ao que estava espiritualmente cansado. Com o perdão da palavra, era uma igreja “meia-boca”. Os crentes laodicenses não eram nem fervorosos e nem frios na vida cristã. Eles simplesmente viviam um “cristianismo” apagado, apático, enfadonho e medíocre. Essa “mornidão espiritual” também é um dos traços marcantes na vida do Crente Total Flex. Ele não vive a vida cristã, mas apenas a “empurra com a barriga”. Logo, se decidir permanecer deliberadamente nesse estado, o destino de tal pessoa será ser lançado “para fora do corpo” (“vomitar-te-ei da minha boca”, Ap 3.16).

Conclusão

A fim de concluir o meu pensamento, eu gostaria de dizer que não deve haver lugar no “tanque” do coração do cristão para quaisquer tipos de “substâncias”. Não podemos aceitar que o nosso “motor” seja “abastecido” com todos os tipos de “combustível”. Não há lugar para duplos pensamentos, duplas crenças, duplas doutrinas, duplas esperanças, duplas salvações, duplas vocações, duplos batismos etc, pois o nosso coração não é “bicombustível” como o Carro Total Flex é. Muito pelo contrário, o nosso coração é “mono-combustível”, pois, segundo as Escrituras: “Há um só corpo e um só Espírito, como também fostes chamados em uma só esperança da vossa vocação; Um só Senhor, uma só fé, um só batismo; Um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, e por todos e em todos” (Ef 4.4-6).

Fique de olho no tipo “combustível” que querem pôr no seu “motor”!

Em Cristo,

Autor: Carlos Augusto Vailatti

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Ateus Oferecem Diploma de "Desbatismo"


Uma organização da Inglaterra está oferecendo, para as pessoas que desejam renunciar à sua fé cristã, um certificado de “desbatismo”. A National Secular Society, entidade que já promove uma polêmica campanha publicitária de natureza atéia nos ônibus de Londres, informa que mais de 100 mil pessoas já baixaram certificados de “desbatismo” de seu site e que muitas outras pediram cópias em papel, pelo preço de US$ 4 (cerca de 10 reais).

O certificado diz, entre outras coisas, que seu portador está liberado “do pecado original que nunca teve”. A iniciativa é apenas mais uma desta natureza que acontece na Europa nos últimos tempos. Na Itália, por exemplo, a Union of Rationalist Atheists and Agnostics promoveu o Dia do “desbatismo” em outubro de 2008, encorajando católicos a renunciar à sua fé.

Fonte: Folha Universal, 08 de Abril de 2009.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Moisés Usou Drogas?!

(Charlton Heston representando "Moisés" no filme Os Dez Mandamentos, de Cecil B. DeMille)

Tempos atrás, li uma notícia deveras inusitada em um jornal de circulação bastante popular na cidade de São Paulo. Após refletir sobre o assunto tratado nesse jornal, resolvi publicar o texto lido e tecer as minhas críticas pessoais sobre o mesmo. Segue o texto, bem como a sua crítica:

Moisés Usou Alucinógeno, Afirma Cientista Israelense

O especialista em psicologia cognitiva Benny Shanon, da Universidade Hebraica de Jerusalém, afirma que Moisés, considerado o principal profeta da religião judaica, pode ter ingerido uma substância semelhante à ayhuasca, conhecida no Brasil como chá do Santo Daime. A afirmação foi publicada em um artigo na revista de filosofia "Time and Mind" e causou polêmica em Israel. A idéia de que Moisés poderia estar sob a influência de "drogas" provocou a indignação de líderes religiosos em Israel e, segundo os críticos, a teoria de Shanon "é uma ofensa ao maior profeta do povo judeu". Segundo Shanon, a criação dos Dez Mandamentos poderia ser conseqüência de uma experiência com substâncias psicotrópicas, que alteram o estado cognitivo do indivíduo e se encontram em plantas existentes no deserto do Sinai. Foi nesse local que, segundo a tradição, Moisés teria recebido as Tábuas da Lei, consideradas a base da civilização judaico-cristã. Uma das obras de Shanon, o livro "Antipodes of the Mind", que analisa a relação entre a ayhuasca e a origem das religiões, foi publicado pela Oxford University Press, uma das editoras mais renomadas do mundo.[1]

Crítica Pessoal ao Pensamento de Shanon

Após a leitura desse texto, algumas observações devem ser feitas, as quais destaco abaixo:

Primeira, a opinião de Shanon de que Moisés teria sido um "usuário de drogas" (pedindo licença para empregar um jargão bem atual) não reflete, em hipótese alguma, um consenso acadêmico. Trata-se de uma opinião ultra-liberal que visa polemizar a figura de Moisés e que também possui objetivos editoriais/panfletários, isto é, objetiva a vendagem de livros, principalmente livros que envolvem assuntos relacionados à religião, os quais estão em alta já faz algum tempo nas prateleiras das livrarias de todo o mundo.

Segunda, ao dizer que Moisés poderia ter produzido o Decálogo influenciado pelo uso de drogas, Shanon demonstra total falta de conhecimento quanto à influência do Código de Hamurábi sobre o Decálogo, sendo que o Código de Hamurábi data de época anterior à deste (cerca de 1700 a.C.) e, ao que tudo indica, influenciou grandemente não só a formulação dos Dez Mandamentos, mas também a composição da legislação israelita como um todo.

Terceira, se Moisés tivesse, de fato, ingerido substâncias alucinógenas como sugere Shanon, tal fato comprometeria totalmente o seu raciocínio lógico e a sua capacidade de julgar as demandas existentes entre o povo de Israel, função esta desempenhada por ele, por exemplo, em Êxodo 18.

Quarta, a teoria de que Moisés teria usado substâncias psicotrópicas não encontra nenhum paralelo em toda a Bíblia, tanto nas páginas do AT quanto nas páginas do NT. Tal hipótese encontra sim paralelo, mas na cultura grega, através das profetisas que usavam alucinógenos a fim de poderem proferir seus oráculos àqueles que as consultavam e também na figura dos xamãs, os quais pertenciam a antigas civilizações.

Quinta, se há alguém que usou drogas nessa história, com certeza não foi Moisés, mas sim o próprio Shanon, que, em sua visita ao Brasil em 1991, experimentou o chá do Santo Daime pela primeira vez no Acre. Aliás, o próprio Shanon declara ter experimentado esse chá mais de 100 vezes![2] E depois, ainda "dizem" que foi Moisés quem usou drogas?!

E em sexto e último lugar, o próprio Shanon se define como alguém "sem-religião".[3] Sendo assim, não é de admirar que as suas declarações sejam desmedidas e absolutamente equivocadas. Tais declarações são próprias daqueles que não têm nenhum compromisso com Deus e nenhuma relação com o sagrado.

Abraços,

Autor: Carlos Augusto Vailatti
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[1] Jornal Metro, São Paulo, quinta-feira, 6 de março de 2008, p.7.
[2] Notícia publicada pela BBC Brasil em: http://oglobo.globo.com, de 04/03/2008.
[3] Idem.

Por que Devo Ir à Igreja?


Recebi esse email de alguém, achei interessante e resolvi publicá-lo no meu blog.

Um freqüentador de igreja escreveu para o editor de um jornal e reclamou, dizendo que não fazia sentido ir à igreja todos os domingos.

"Eu tenho ido à igreja por 30 anos" - ele escreveu - "e durante todo este tempo eu ouvi uns 3.000 sermões...mas, acredite se quiser, não consigo me lembrar de nenhuma das pregações feitas...Assim, penso que estou perdendo o meu tempo e os padres e pastores também estão desperdiçando o tempo deles pregando sermões!".

Esta carta iniciou uma grande controvérsia na coluna "Cartas do Editor", para prazer do editor-chefe do jornal. Isso durou várias semanas - durante as quais o assunto continuou a ser debatido - até que alguém escreveu o seguinte:

"Eu estou casado já há 30 anos. Durante este tempo a minha esposa deve ter cozinhado umas 32.000 refeições. Mas, pode acreditar, eu não consigo me lembrar do cardápio exato de nenhuma delas. Mas de uma coisa eu sei, todas elas me nutriram e me deram a força que eu precisava para poder exercer o meu trabalho. Se a minha esposa não tivesse me dado estas refeições, eu estaria hoje fisicamente morto. Da mesma forma, se eu não tivesse ido à igreja para alimentar a minha alma com o alimento espiritual da Palavra, hoje eu estaria morto espiritualmente".

Abraços,

Carlos Augusto Vailatti

Profetismo em Crise

Introdução

O que significa profetismo? Bem, podemos definir profetismo como: 1) o comportamento de um profeta ou profetas; ou ainda, como: 2) uma referência ao sistema filosófico dos profetas hebreus.[1]

Após essas conceituações, a minha intenção neste breve artigo será promover uma séria reflexão sobre o profetismo em nossa sociedade brasileira atual, levando em consideração principalmente a primeira das duas definições do termo dadas acima. Buscaremos refletir sobre qual tem sido a atuação, se é que houve, de tal profetismo no solo da nossa "pátria amada". Porém, a fim de que possamos atingir a estes auspiciosos objetivos, teremos que tomar como ponto de partida a figura do profeta em seu mundo veterotestamentário, bem como, em seu mundo neotestamentário para que, em seguida, consigamos situá-lo dentro de nosso contexto específico. Partamos, então, para a nossa tarefa.

I - O Profetismo no Antigo Testamento

Em linhas bem gerais, podemos dizer que o profeta veterotestamentário, além de ter visões e de predizer o futuro, também é aquele que, em nome de Deus:

1. Denuncia o pecado de seu povo e toda e qualquer situação de injustiça (p.ex., Amós);
2. Anuncia a libertação e a salvação, consolando os abatidos (p.ex., Deutero-Isaías);
3. Exorta os fiéis abatidos pelo desânimo a prosseguirem no caminho da fé (p.ex., Ageu, Zacarias).[2]

Isto significa que o raio de alcance do profetismo é mais abrangente do que possamos imaginar. Ele compreende as esferas: sócio-política, econômica e religiosa. Em outras palavras, o profeta do Antigo Testamento não levava uma vida alienada do mundo que o cercava, muito pelo contrário, ele interagia com este mundo de forma ativa, desempenhando a sua função como profeta nas mais distintas áreas: denunciando toda a forma de pecado, proclamando a libertação dos marginalizados e oprimidos da sociedade e sendo porta-voz da vontade de Deus para o povo.

II - O Profetismo no Novo Testamento

Já ao analisarmos o profetismo nas páginas do Novo Testamento, temos a impressão de que nesta parte das Escrituras, os elementos proféticos encontram-se em grande escassez, quando comparados ao número deles nas páginas do AT. No Novo Testamento destacam-se como profetas: João Batista, o último e maior dos profetas (Lc 1.76; 7.26s); a profetiza Ana (Lc 2.36), Simeão (Lc 2.25-35), as quatro filhas de Filipe, o evangelista, as quais eram profetizas (At 21.8,9) e Ágabo, quem faz um gesto profético que nos lembra os profetas do AT (At 21.10,11). Além desses, o próprio Jesus também aparece como profeta (Jo 4.19).

Todavia, gostaria de destacar aqui a figura profética de João Batista. Ele proclamou o arrependimento (Mt 3.1,2), desmascarou os líderes religiosos de seu tempo (Mt 3.7-9), denunciou o pecado do rei (Mt 14.3,4), discerniu quem, de fato, era Jesus (Jo 1.29,36) e, embora nunca fizesse nenhum milagre, sempre falou a verdade sobre Jesus (Jo 10.41).

De forma geral, ainda que o profetismo do Novo Testamento não apareça na mesma proporção em que aparece no Antigo Testamento, a sua tônica, porém, ainda conserva marcas do antigo profetismo existente em Israel, tais como, a denúncia do pecado e da injustiça, a chamada ao arrependimento e a proclamação da libertação e da salvação.

III - O Profetismo no Brasil Contemporâneo

Ora, depois disso tudo, cabe a cada um de nós fazer a seguinte pergunta: como se encontra o profetismo nos dias de hoje em nossa nação brasileira? Em nossa Terra de Santa Cruz, o profetismo parece estar mergulhado em uma profunda crise. Os dois itens abaixo parecem comprovar o que digo.

a) Na Igreja

Esse profetismo em crise pode ser visto, por exemplo, nas tristes realidades de muitas igrejas por aí. Estou me referindo àquelas situações em que o "profeta" diz ao homem: "Eis que estou preparando uma varoa pra você, meu servo!" (porém, o homem já é casado!), ou então, o "profeta" diz à mulher recém-gestante: "Minha serva, eis que há um menino sendo gerado no teu ventre, mas se duvidares, o bebê será uma menina!" (Esse tipo de "profecia" não tem como dar errado!). E isto sem mencionar os casos em que certas "profecias sob encomenda" são entregues a fim de massagear o ego de alguns líderes eclesiásticos os quais, na verdade, deveriam antes ser repreendidos, pois vivem uma vida de pecado. Tome cuidado, pois existem profetas tão "caras-de-pau" por aí que, se você deixar, eles profetizam: o emagrecimento do "olho gordo", a ressurreição do Mar Morto, a cura da osteoporose dos ossos secos da visão de Ezequiel e, se bobear, profetizam até mesmo a conversão do diabo! Você pode achar isso engraçado, mas eu não duvido que tais aberrações eclesiásticas possam ocorrer em muitas igrejas Brasil afora!

b) Na Sociedade em Geral

Em nossa geração, o profeta é, com perdão pela comparação, um "animal em extinção". São raros aqueles que vemos levantarem a sua voz contra as injustiças cometidas em nosso solo, tais como: a enorme desigualdade social, a falta de distribuição de renda com eqüidade, o "vírus" da corrupção crônica que já se alastrou de forma endêmica entre os nossos políticos, a demora na punição dos criminosos (e isto quando são punidos!), a opressão do pobre e a manutenção da miséria, o aumento dos casos de crimes cometidos contra as crianças (o abuso sexual infantil, a exploração de menores em trabalhos forçados, a violência infantil), e isto para mencionar apenas alguns poucos exemplos!

Ah, que saudades de Isaías! Quando foi necessário denunciar o pecado de Judá e de Jerusalém, ali estava ele presente com a sua voz profética (Is 1.1ss). Como profetas como Natã fazem falta em nossos dias! Mesmo sabendo que a sua missão era difícil, ele se dirigiu até o rei Davi e desmascarou o seu pecado e as suas injustiças (2 Sm 12.1-14). Como precisamos de "outros Isaías e Natã's" subindo pela rampa do planalto em Brasília!E o que dizer de Jeremias? Ao receber a incumbência divina, ele protestou contra algumas nações, obedecendo assim ao mandado de Deus (Jr 46.1ss). Como necessitamos de "novos Jeremias" nos dias atuais! Aliás, seria muito bom termos "um Jeremias" sempre presente nas reuniões dos países mais industrializados e economicamente desenvolvidos do mundo, o grupo chamado G8. Ou melhor, penso que Jeremias fez muita falta na reunião do G20 (Grupo das 20 maiores economias do mundo) ocorrida recentemente em 02/04/2009 em Londres, pois se estivesse presente nesse encontro, certamente ele continuaria a protestar contra as nações (principalmente as mais ricas), criticando desta vez o seu crescimento e desenvolvimento às custas das nações mais pobres, a sua forte ênfase capitalista (ou capetalista) e assim por diante. E quanto a Amós? Oh, caro Amós, você não sabe a falta que faz atualmente! Como precisamos ouvir novamente o seu clamor profético por justiça: "Corra, porém, o juízo como as águas, e a justiça como o ribeiro impetuoso"! (Am 5.24).

Hoje, mais do que nunca, tem havido muita injustiça social, muita violência e muita corrupção para pouco profeta! Temo que nós, evangélicos, tenhamos sido pesados na balança do Senhor e que, no que diz respeito à nossa responsabilidade como profetas, tenhamos sido achados em falta. Afinal, onde estão os profetas do Senhor? Será que, à semelhança de Elias, estão escondidos na caverna da "omissão" e da "negligência", temerosos por que há uma "Jezabel" à solta por aí?! Acredito, porém, que por mais escassos que sejam os profetas em nossos dias, ainda podemos encontrar em nosso contexto brasileiro alguns poucos que conseguem fazer a diferença. Cito aqui dois deles. Creio que uma das vozes proféticas que foi levantada em nosso tempo seja a chamada Teologia da Libertação, a qual tem protestado principalmente contra as injustiças feitas aos pobres e marginalizados da América Latina, bem como, do Brasil. E, além da TdL, temos visto profetas como o senador Magno Malta, o qual tem denunciado e combatido os crimes de pedofilia por todo o território brasileiro. Contudo, devo reiterar que há ainda pouco profeta para tanto pecado!

Conclusão

A fim de concluir a nossa reflexão, uma pergunta deve ser feita: qual é a contribuição que podemos dar, então, em meio a uma sociedade cuja voz profética quase não existe? Bem, creio que além de denunciar o fato de que o profetismo está em crise nos dias de hoje, cada um de nós tem o dever de "arregaçar as mangas" e de "botar a boca no trombone". Dito de outra forma, não podemos mais viver omissos, negligentes, alienados e indiferentes quanto à triste realidade que nos cerca. Temos que ser o sal da terra e a luz do mundo (Mt 5.13-16). Temos que pregar contra o aborto, contra a violência doméstica feminina, contra a pedofilia, contra a corrupção, contra as injustiças sociais, enfim, temos que protestar contra todo o tipo de pecado seja lá quais forem as formas pelas quais ele vier a se manifestar. Em suma, uma coisa é certa: profeta que se cala pode ser qualquer outra coisa, menos profeta.

Abraços,

Autor: Carlos Augusto Vailatti

*Este artigo foi publicado anteriormente no site: www.guiame.com.br
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[1] Extraído de: http://www.thefreedictionary.com/prophetism.
[2] CASTRO, Clóvis Pinto de. (ed.). O Ministério dos Profetas no Antigo Testamento. São Paulo, Imprensa Metodista, 1993, p.94.

domingo, 5 de abril de 2009

Você Deseja Ser Discípulo de Jesus Cristo?

(Os Mártires no Coliseu)

Depois daquilo que será relatado abaixo, eu gostaria que você respondesse com toda a sinceridade a uma importante pergunta...


Mateus - Sofreu martírio ao fio da espada na Etiópia;

Marcos - Morreu em Alexandria depois de ser arrastado pelas ruas da cidade;

Lucas - Foi enforcado numa oliveira, na Grécia;

João - Foi posto num caldeirão de óleo fervente, mas escapou da morte e foi deportado para Patmos;

Pedro - Foi crucificado de cabeça para baixo em Roma;

Tiago - Foi decapitado em Jerusalém;

Tiago, o menor - Foi lançado de um pináculo do templo, e depois espancado, até morrer;

Filipe - Foi enforcado numa coluna na Frígia;

Bartolomeu - Foi esfolado vivo;

André - Foi preso a uma cruz, e dali pregou aos seus perseguidores, até morrer;

Tomé - Teve o corpo todo transpassado, em Coromandel, na Índia;

Judas (não o Iscariotes) - Foi alvo de flechas até morrer;

Matias - foi primeiro apedrejado e depois decapitado;

Barnabé - foi apedrejado até à morte pelos judeus, em Salônica;

Paulo - Foi decapitado por ordens de Nero, em Roma.


...E a pergunta é: você ainda gostaria de ser discípulo de Jesus?


Abraços,

Carlos Augusto Vailatti
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* A fonte da maior parte desses relatos de mortes encontra-se na tradição da história da igreja. Extraído de: FITCH, William. Deus e o Mal. São Paulo, PES, 1984, p.136.

Textos Bíblicos Ultra-Modernos

Em minhas leituras e releituras da Bíblia, descobri vários textos que parecem retratar realidades bem atuais do nosso cotidiano. Como acho tais passagens bíblicas muito interessantes e curiosas, resolvi compartilhar algumas delas com os nossos visitantes. Espero que você goste.



(Outdoor)

"Então o Senhor me respondeu e disse: Escreve a visão, e torna-a bem legível sobre tábuas, para que a possa ler o que correndo passa" (Habacuque 2.2).

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(Carro em Alta Velocidade)

"Os carros se enfurecerão nas praças, chocar-se-ão pelas ruas; o seu parecer é como o de tochas, correrão como relâmpagos" (Naum 2.4)


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(Angela Merkel - Primeira-Ministra da Alemanha)

(Michelle Bachelet - presidente do Chile)

(Hillary Clinton - Secretária de Estado do Governo de Obama)

(Cristina Kirchner - presidente da Argentina)

"(...) mulheres estão à testa do seu governo (...)" (Isaías 3.12a)


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(Despacho em uma Encruzilhada)

"O rei da Babilônia pára na encruzilhada da estrada. E, a fim de saber que caminho tomar, ele sacode as flechas, faz perguntas aos seus deuses e examina o fígado de uma animal que foi oferecido em sacrifício" (Ezequiel 21.21).

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(Banalização da Vida: "Jovem morre por um par de tênis em Alvorada" - RS - Jornal Zero Hora - 04/12/2007)

"E disse Lameque a suas mulheres: Ada e Zila, ouví a minha voz; vós, mulheres de Lameque, escutai o meu dito; porque eu matei um varão por me ferir, e um mancebo por me pisar" (Gênesis 4.23).


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Abraços,

Carlos Augusto Vailatti